Todo empresário sabe que misturar a conta pessoal com a conta empresarial é um grande problema, mas a maioria mantém essa confusão por não saber ao certo como fazer para separá-las. A boa notícia é que separar contas pessoais das empresariais é mais fácil do que você imagina.
Todo empresário sabe que misturar a conta pessoal com a conta empresarial é um grande problema, mas a maioria mantém essa confusão por não saber ao certo como fazer para separá-las. A boa notícia é que separar contas pessoais das empresariais é mais fácil do que você imagina. Para ir direto ao ponto é preciso entender apenas duas diferenças básicas:
1. Empresa ≠ Empresário – Em minha experiência com empreendedores demonstra que 99% deles costuma misturar suas identidades com de sua empresa e isso se espalha para diferentes áreas, incluindo a financeira. Portanto, o primeiro passo é compreender que sua empresa não é você e vice-versa. A empresa é composta por uma série de pessoas e processos e não é uma única pessoa.
2. Pró-labore ≠ Retirada de Lucros – Essa é outra confusão muito comum. Assim como um funcionário exerce um cargo / função, o empresário também faz o mesmo e por isso deve ser remunerado. Essa remuneração é denominada de Pró-labore, que nada mais é do que um valor fixo e mensal que representa o salário do empresário. Já a retirada de lucros é um valor variável e anual, a qual só existe apenas em caso de lucro. *Obs: Algumas empresa adotam distribuição de lucro semestral, mas é menos comum.
É essencial que você grave isso: os lucros da empresa não representam os lucros pessoais do empresário, mas, ao mesmo tempo, ninguém trabalha de graça. Toda e qualquer pessoa tem direito a receber uma remuneração fixa pelos serviços que presta, inclusive o dono do negócio.
Mas aí o empresário vira e fala assim: – “Mas como eu faço para definir o eu pró-labore?” Bem, existem dois fatores que devem ser levados em consideração:
1) Descobrir quanto ganha em média um profissional que desempenha as mesmas funções no mercado.
2) Elabore uma lista de todos os seus gastos pessoais (prestações, conta a pagar, cartões de crédito, escola dos filhos, gasolina, lazer, alimentação, etc.)
Ao calcular os dois fatores é possível chegar ao seu salário mensal (seu pró-labore). Esse salário é uma obrigação da empresa com a função desempenhada por você e deve ser respeitada da mesma maneira que o pagamento dos salários dos demais funcionários.
Em seguida, eu costuma escutar outra pergunta: – “Mas e se a empresa tiver um resultado ruim em determinado mês?”. A resposta é: ela deve pagar o pró-labore mesmo assim! Se for de desejo do empresário, ele pode realizar novos aportes financeiros. Por mais absurdo que isso possa parecer, essa é a maneira mais correta de demonstrar que as finanças estão corretamente divididas.
E a terceira pergunta que completa as dúvidas mais comuns que costumo escutar é: – “E se a empresa tiver obtido resultado excelente em determinado mês?” A resposta é: o seu pró-labore deverá ser o mesmo e sua retirada de lucro deve ser feita apenas ao final do ano. O empresário precisa manter a consciência de que os valores recebidos pela empresa são de propriedade da própria empresa, não dele. Se a empresa faturou mais em um determinado mês, não significa que é pra sair jantando em um lugar caro. Lucro só se afere uma vez por ano, portanto comemorações só devem ser feitas quando chegar o momento certo de distribuição de lucro.
A vida empresarial é formada por ciclos de altos e baixos, o que significa que um bom mês pode ser seguido de um mês mais fraco. É possível reduzir esses altos e baixos? Sim, sem dúvida! Basta ter um comercial pró-ativo e dedicado. De nada adianta prospectar só quando o financeiro começar a ir mal. Trabalhei durante dois anos na área de vendas da IBM e lá aprendi que mesmo que estejamos indo muito bem, lotados de clientes (e dinheiro), não devemos nunca parar de prospectar novos clientes. Nunca se sabe quando a maré pode piorar.
O quadro abaixo é bem óbvio, mas serve como forma de alertar sobre a separação que você deve realizar:
Portanto, seja firme e não caia na tentação de pagar uma conta pessoal com meios de pagamentos da empresa. Essa diferenciação também é muito importante para efeitos fiscais, principalmente na hora da declaração do Imposto de Renda. Espero que agora você consiga finalmente separar essas finanças! Boa sorte!
3 Comentários
Daniel,
Sou Microempreendedor Individual (MEI) e uso conta-corrente pessoa física para os recebimentos por serviços prestados. Gostei muito do seu artigo, mas tenho uma dúvida! Como posso aplicar suas dicas e recomendações no meu caso?
Abraço e sucesso!
William Ferreira
Gostei das dicas, Daniel!
Pretendo entrar no ramo empresarial e ainda tenho muitas dúvidas. Estou abrindo uma empresa com meu irmão e já fizemos uma divulgação prévia de nossos serviços e estamos tendo resultados positivos. Por incrível que pareça, só investimos em nossa qualificação e criamos uma marca.
Como só fizemos um teste para ver como seria a aceitação de mercado, ainda não formalizamos a nossa empresa. Como sou funcionário de uma empresa privada, não sei qual o melhor momento para me dedicar 100% ao meu negócio. Você pode me dar alguma dica?
Abs