Desde 2005 o mercado imobiliário indica um crescimento com base nas medidas de incentivo ao crédito imobiliário e na estabilidade econômica.
Essas mudanças provocaram um aumento do acesso ao consumo e ao uso do crédito, marcando um fenômeno de mudança social. E como consequência o mercado imobiliário também cresceu junto com o maior poder de compra da população. Essa fatia da construção civil tem amplo espaço para crescimento e favorece os investidores, porque é uma escolha segura para aumentar o patrimônio.
Qual o perfil do consumidor?
Somente a população jovem brasileira demanda mais de um milhão de moradias novas a cada ano. O jovem que está no mercado de trabalho antes dos 35 anos já conta com uma renda para ter sua moradia. Não só novos casais buscam um lar, mas também jovens que migram para cidades grandes por causa do emprego procuram lugar para residir. Outro motivo que acelera a busca é o divórcio, que gera também a procura por mais habitações, já que uma família depois da separação passa a viver em duas moradias distintas.
O que aquece o mercado imobiliário é esse aumento na demanda de moradias, que através do crédito imobiliário e programas de habitação fazem o sonho da casa própria se tornar real.
Há um déficit na habitação brasileira, estima-se que 6 milhões de unidades sejam preciso para mudar esse quadro, ainda há um longo caminho para modificar essa situação.
É um bom negócio investir em imóveis no Brasil?
Há uma tendência por parte dos economistas em fazer comparações entre a situação brasileira e americana. Com a atração de um bom negócio, bases confiáveis e crescente demanda, é possível comparar à uma provável crise no setor por causa da especulação, como aconteceu nos Estados Unidos, em 2008, a chamada bolha imobiliária.
Para melhor entender essa análise, é necessário entender o que é a bolha imobiliária, para assim tentar avaliar se o Brasil pode passar pela mesma crise.
Bolha imobiliária, o que é?
É caracterizada pela elevação de preços dos imóveis por causa da especulação, ou seja, é criada uma expectativa generalizada de aumentos futuros e elevada lucratividade.
Esse aumento de preço não é o mesmo gerado em razão da oferta e procura, normal flutuação de preços de mercado.
Essa situação é alimentada através da fácil concessão de crédito imobiliário, o que resulta na oferta e demanda não alinhadas, leva à crise e provoca a repentina desvalorização dos imóveis.
Colocando a situação dos dois países lado a lado, veremos que não há razões que indiquem esse risco. A primeira é que a maior parte dos financiamentos concedidos pela Caixa Econômica Federal – instituição financeira intermediária de cerca de 70% do mercado imobiliário brasileiro, são para mutuários que adquirem a casa própria pela primeira vez, ou seja, não são especuladores os principais agentes.
Somado a isso, é muito exigente a concessão de crédito para imóveis no Brasil. A concessão é em média restringida a 65% do valor do imóvel. Nos EUA chegou a ser maior do que o valor do imóvel e bastante facilitada. Como o setor imobiliário é um dos principais componentes do PIB americano, a consequência foi pior levada pelo colapso e endividamento.
Mudanças sociais no Brasil refletidas no mercado imobiliário
São as mudanças econômicas, sociais e demográficas que provocam também transformações no mercado imobiliário brasileiro, e por isso é um momento favorável e que deve durar.
Quando especialistas focam nos altos preços dos imóveis, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, que chegam a ser exorbitantes, a polêmica ligada à uma possível crise é levantada. Isso porque como os preços estão alto e há demanda, os especialista defendem que esses imóveis estão sendo comprados por especuladores que visam obter muito lucro com a venda a preços bem mais altos. Mas há especialistas que afirmam que essa valorização não irá continuar.
A maior e verdadeira razão pelo movimento de venda e compra de imóveis no Brasil é sustentada pela necessidade cultural de ter a casa própria e é este o slogan das incorporadoras e construtoras na hora de fazer negócio ainda com projetos na planta.
É possível manter preços explosivos?
O que acontece é que os preços estão explodindo por causa dos juros baixos e da grande oferta e demanda. Há aqueles que querem ganhar dinheiro fácil, compram na planta e revendem, aproveitando o momento favorável. Porém, a classe média emergente é quem sustenta a demanda imobiliária, ela vem preenchendo as condições para financiamentos e com isso abre a oportunidade da compra.
A situação brasileira não pode ser comparada à americana ocorrida na década passada. É claro que não é possível afirmar por quanto tempo esse clima favorável vai permanecer. A realidade aqui é que essa corrida tenta superar a falta de moradia, são mais de 30 milhões de pessoas da classe média emergente que desejam realizar o sonho de ter a casa própria e somente através do financiamento esse sonho pode tornar-se realidade.
1 comentário
Boa tarde,
Eu havia lido este artigo há um tempo atrás e me lembrei dele, vim ler de novo. Com certeza não dá pra comparar o Brasil com o que ocorreu com os EUA em 2008… Agora está acontecendo uma desvalorização dos imóveis, né? Seria porque a bolha “estourou” ou está relacionado somente à crise/recessão econômica que está acontecendo ou um conjunto de ambos?
Até mais.