Gunther, Max. Os axiomas de Zurique, 20ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
Título original: The Zurichs axioms
O livro “Os axiomas de Zurique” trata de estratégias de investimentos, principalmente em renda variável. Pela palavra “axioma”, o autor quer dizer “dogma”, de forma que o livro, em sua essência, visa a apresentar aos leitores os métodos, orientações, idéias e regras, tidas como infalíveis, para diminuir os riscos nos investimentos, aumentar os lucros e ficar rico. Pela palavra “Zurique” o autor se refere à Suíça, país natal dos banqueiros que estabeleceram essas regras.
O livro se divide em 12 “axiomas” principais e 16 secundários. Segue lista dos principais e nossos comentários a respeito de alguns deles.
Primeiro Axioma: Risco
Preocupação não é doença, mas sinal de saúde. Se você não está preocupado, não está arriscando o bastante.
Comentário: desse mesmo axioma, podemos formular o caso simétrico, que preferimos: Preocupação não é doença, mas sinal de saúde. Se você está preocupado demais, então está arriscando mais do que o tolerado para seu perfil. Costumamos dizer que se você não consegue dormir tranqüilo à noite, preocupado com sua posição no mercado, é melhor rever essa posição, pois o risco não deve se sobrepor à qualidade de vida.
Segundo Axioma: Ganância
Realize o lucro sempre cedo demais.
Comentário: concordamos com esse axioma. Não é preciso esperar até o topo do movimento, ou seja, até o preço da ação estar esticado demais, para sair da operação. Eu prefiro realizar os lucros de acordo com os objetivos que tracei, mesmo que o lado comprador da ação ainda se mostre com alguma força. Claro que se a ação estiver com muita força compradora, você pode rever seu objetivo.
Terceiro Axioma: Esperança
Quando o barco começar a afundar, não reze. Abandone-o.
Comentário: concordamos com o axioma. Não acho razoável ficar aguardando ou esperando uma reversão de tendência se todas as conjunturas apontam para a continuação da queda.
Quarto Axioma: Previsões
O comportamento do ser humano não é previsível. Desconfie de quem afirmar que conhece uma nesga que seja do futuro.
Quinto Axioma: Padrões
Até começar a parecer ordem, o caos não é perigoso.
Comentário: minha leitura desse axioma (e se for isso mesmo, eu concordo com ele) é a seguinte: no curto prazo, os movimentos não têm fundamentos, nem seguem uma ordem. Quando os movimentos passam a seguir uma ordem, é porque todos já sabem o que vai acontecer e essas previsões já foram precificadas nas cotações das ações. Ou você já entrou e vai lucrar, ou não faz mais sentido entrar.
Sexto Axioma: Mobilidade
Evite lançar raízes. Elas tolhem seus movimentos.
Comentário: concordo. Seja em ações ou em outros investimentos, mesmo na empresa da qual é fundador, acredito que tudo tem seu preço. Ter raízes significa não ter flexibilidade. Não ter flexibilidade significa perder oportunidades ou ser engolido pelas ameaças.
Sétimo Axioma: Intuição
Só se pode confiar num palpite que possa ser explicado.
Comentário: concordo. Acredito que a intuição é importante, mas ela precisa estar fundamentada. Não acredito na intuição daqueles que não têm competência (não têm conhecimento teórico, nem habilidade prática). O mesmo vale para um palpite.
Oitavo Axioma: Religião e Ocultismo
É improvável que entre os desígnios de Deus para o Universo se inclua o de fazer você ficar rico.
Nono Axioma: Otimismo e Pessimismo
Otimismo significa esperar o melhor, mas confiança significa saber como se lidará com o pior. Jamais faça uma jogada por otimismo apenas.
Décimo Axioma: Consenso
Fuja da opinião da maioria. Provavelmente está errada.
Décimo Primeiro Axioma: Teimosia
Se não deu certo da primeira vez, esqueça.
Comentário: esse axioma parece rigoroso demais. Acredito que podemos tentar outra vez, sim. Mas isso só deve ser feito se o que está sendo tentado tiver fundamento.
Décimo Segundo Axioma: Planejamento
Planejamentos a longo prazo geram a perigosa crença de que o futuro está sob controle. É importante jamais levar muito a sério os seus planos a longo prazo, nem os de quem quer que seja.
Comentário: não concordo. Para mim, planejar não é definir o que vai acontecer. Planejar é traçar um norte, antecipar os problemas e as oportunidades e estar preparado para o que quer que aconteça. Se você tem um sistema de acompanhamento e tem flexibilidade, você poderá abandonar o barco se for preciso, mesmo que o planejamento tenha sido para o longo prazo. Eu acredito que longo prazo é diferente de negligência.
Por: Rodrigo Leone – Blog Vou Investir
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