Os tempos não estão fáceis para os brasileiros e nem mesmo as classes sociais mais altas conseguiram ficar de fora das consequências trazidas pela crise do último ano. Mas, antes mesmo de existir qualquer crise, o orçamento comprometido, as dívidas e a inadimplência já tiravam o sono dos brasileiros.
Ter um orçamento preservado e as contas em dia é algo ainda distante da realidade de uma boa parcela da população. Diferentemente do que se pensa, pequenos gestos fazem uma grande diferença para sair do vermelho e fazer as pazes com a vida financeira.
Não é preciso optar por atitudes radicais para buscar um equilíbrio entre a receita e as despesas. O essencial é estar disposto a mudar os hábitos e priorizar novas escolhas. Isso em pouco tempo faz com que a relação que você tenha com seu dinheiro seja mais saudável.
Muita gente renovou a lista de desejos para 2016 e segundo a pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), grande parte dos entrevistados (37%) tem como principal meta para esse ano o pagamento das dívidas atrasadas.
Os brasileiros têm preferido ganhar no orçamento do que perder os quilos extras, já que o segundo item mais citado na pesquisa foi “perder peso”, com 27,5%.
7 passos para evitar as dívidas, economizar e preservar o orçamento
O ano mal começou e muita coisa pode ser feita para evitar as dívidas e desafogar o orçamento. Confira 7 dicas que podem te ajudar a fazer diferente em 2016:
Economize nas contas de consumo
Às vezes temos gastos desnecessários ou contratamos planos que, com o passar do tempo, não utilizamos mais. Com isso pagamos taxas e acréscimos que, no final do ano, se tornam maiores do que imaginávamos.
Você realmente tem usado aquele super combo que paga com TV, internet, telefone e uma série de canais extras todo o mês? Você realmente precisa de todos aqueles telefones? Sua família tem se conscientizado quanto ao gasto abusivo com água e energia?
Por falta de tempo e excesso de preguiça, pagamos por produtos e serviços que não utilizamos.
É recomendável rever todos esses gastos e o que pode ser cortado, reduzido e repensado. Uma simples ligação e uma conversa com um atendente pode reduzir o valor do seu plano ou garantir descontos, por exemplo.
Avalie as condições de pagamento
Aqueles anúncios irresistíveis com parcelas bem pequenas que cabem no seu bolso, a longo prazo podem transbordar seu orçamento. Olhar apenas o preço isoladamente é um grande erro cometido por muitos consumidores.
É preciso calcular se o preço do produto à vista é o mesmo do preço a prazo, ou se há um acréscimo que vale a pena ser pago. Além disso, deve-se somar aquela parcela atraente a todas as outras que você tem que pagar naquele mês e nos períodos subsequentes. Depois de analisar essas questões, escolha a opção mais vantajosa.
Sempre que puder, planeje suas compras e, claro, pague à vista e fuja dos juros!
Deixe cartões de crédito e cheques em casa
Há algumas décadas, sair sem dinheiro era como sair sem a própria roupa do corpo, algo impensável. Com a facilidade dos cartões de crédito e débito, cheque, acesso ao aplicativo do banco, tudo ficou mais fácil e cada vez menos as pessoas carregam consigo dinheiro.
Cartões de refeição, alimentação e de ônibus também entram na lista dos facilitadores da vida contemporânea. Sair sem dinheiro não é mais um problema. Mas criou-se um novo problema: as pessoas têm feito compras maiores através do cartão e adquirido novas e desnecessárias dívidas.
Se você evitar sair sem os cartões de crédito e débito e estipular uma quantia para seus gastos diários para que faça o uso apenas do dinheiro, certamente aquela lava-louças ou aquele frigobar não vão sair tão fácil da vitrine direto para sua casa e para mais uma das prestações do mês em sua fatura.
Quem não chora, não mama e não economiza
Por vergonha, as pessoas deixam de negociar na hora de pagar um produto à vista e perdem a oportunidade de ganhar um desconto que o vendedor, em boa parte dos casos, pode oferecer para que ele efetue a venda. Se você não pedir, ele não irá te conceder o desconto, então, não custa tentar.
Doa a quem doer, mas corte os gastos extras com lazer e alimentação fora de casa
Para ajustar o orçamento, alguns cortes são necessários e parte deles é bem significativa, gerando uma boa economia no final do mês. Lazer e alimentação fora de casa são gastos que podem ser revistos para uma economia efetiva.
Muita gente tem preguiça de preparar os lanches e as refeições e opta pela praticidade dos restaurantes e lanchonetes, mas essa comodidade tem custado caro. Segundo pesquisa realizada pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação (Assert), o brasileiro gasta quase um salário mínimo por mês com a alimentação fora de casa. Quem quer economizar deve reservar um tempinho para preparar a boa e velha marmita.
Quanto as opções de lazer, muitas cidades oferecem boas opções, com campanhas de teatro e dança, shows e apresentações gratuitamente. Basta pesquisar que você irá encontrar algo para fazer no fim de semana com a família ou os amigos, sem gastar muito.
Converse abertamente sobre dinheiro na sua casa
Em muitas famílias, falar sobre dinheiro ainda é um tabu. O que poderia ser uma simples conversa acaba se transformando posteriormente em discussão devido à falta de transparência entre o casal e os outros membros da casa. As famílias têm uma vida em conjunto, mas não uma vida financeira em conjunto. Conversar sobre dinheiro é chato, mas é essencial.
Uma pesquisa realizada pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz apontou que 35% dos casais brasileiros não sabem ao certo o valor da renda mensal do parceiro e 70% das famílias brasileiras não falam abertamente sobre dinheiro, economia, dívidas e outros assuntos pertinentes.
Caso seja feita a compra de um carro, ou a família tenha uma nova despesa, é preciso que todos estejam cientes, inclusive se for necessário fazer alguns cortes em benefício desse novo bem adquirido.
Quanto aos casais ainda sem filhos, apesar da individualidade, dos planos e sonhos de consumo de cada um, há uma vida juntos e sonhos e objetivos que precisam do esforço e participação de ambos. Talvez um ganhe mais que o outro, mas dentro da possibilidade de cada um e, diante de uma conversa franca, os dois devem combinar como dividir as despesas e planejar o futuro do casal.
Se sobrar dinheiro, não gaste nem poupe: invista!
Quando as contas estão pagas e a vida financeira estiver em ordem, se sobrar uma boa quantia, não deixe seu dinheiro parado e evite gastá-lo com supérfluos. Investir o dinheiro que sobra no mês é uma boa opção para aumentar seu rendimento.
Você não precisa colocar todo o seu dinheiro apenas em um investimento. Quando partes diferentes do seu capital estão aplicadas de diferentes formas, você garante não apenas uma diversificação da renda, como fortifica seus rendimentos. Há quem prefira a segurança do capital investido em renda fixa, mas ainda assim deve evitar aplicar seu dinheiro em apenas um tipo de investimento.
Hoje a inflação é superior ao rendimento anual da poupança e o capital investido acaba deteriorado. Para quem quer investir, mas busca a segurança oferecida pela poupança, há opções na renda fixa como o CDB e Tesouro Direto.
O CDB é um título público que chega a ter o dobro da rentabilidade da poupança e pode ser utilizado como margem de garantia para investimentos na Bolsa de Valores, por exemplo. Ao escolher o CDB, você pode ter excelentes lucros e potencializar seus investimentos sem sair da renda fixa.
É possível investir em outros títulos públicos também, como o Tesouro Direto, que possui um valor mínimo de Investimento bem acessível (a partir de R$30,00) e possui a mesma segurança concedida pela poupança.
Espero que essas 7 dicas te ajudem a construir hábitos que vão deixar seu dinheiro bem longe das dívidas e te permitem economizar e aproveitar melhor seu orçamento sem sofrimento.
Autoria: Renata Cota – Equipe Toro Radar